terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Artigo de opinião-- Vender, só vender… -- Adérito Rafael

Artigo de opinião-- Vender, só vender… -- Adérito Rafael

 

A polémica da TAP já não é novidade. A TAP tem vindo a apresentar prejuízos atrás de prejuízos. Nacionaliza-se, privatiza-se volta a nacionalizar-se e só se vê a conta a pagar.

Se o objetivo do governo é manter a TAP com prejuízos e falta de competitividade e uma maneira de desperdiçar impostos, então sim, muitos parabéns estão a conseguir. O Estado não necessita de controlar uma empresa de aviação, existem diversas outras empresas na mesma área de operação.

Mas, se o argumento é o serviço publico, a existência de rotas não viáveis, mas necessárias, não significa que a empresa que a faz tenha de ser maioritariamente pública. Para estas rotas específicas, o Estado pode contratualizar a respetiva realização, sem que haja prejuízos para o Estado. O papel do Estado não é ser o dono ou o gestor de empresas, o mercado trata disso. O papel do Estado é supervisionar e excecionalmente intervir para corrigir externalidades negativas.

Os impostos arrecadados devem ser canalizados para onde fazem mais falta, para as escolas, para a recuperação e melhoria das infraestruturas, para o pagamento de melhores salários, para a saúde, para a recuperação e melhoria das infraestruturas, para melhores condições de trabalho para médicos e enfermeiros, para o ambiente, com a instalação de painéis solares em edifícios públicos, mais espaços verdes, para apoios ao investimento entre muitas outras prioridades.

Poderia continuar a salientar melhores escolhas para o Estado investir o dinheiro público do que investir na TAP. É claro que não é a TAP que impede Portugal de ter tudo o acima mencionado, é sim todo o conjunto de medidas socialistas que estimulam este estado de dependência dos cidadãos do Estado.

A TAP precisa de uma visão diferente, de uma visão que a leve aos céus, que aumente a sua competitividade e que a torne o mais viável possível e para que isso aconteça o caminho é a privatização de grande parte da participação do Estado, seja para a Lufthansa, ou para outros interessados. Se o objetivo de ter a TAP serve apenas o simbolismo de manter uma empresa de bandeira portuguesa, é uma visão curta para o país e é só adiar o fim da companhia. A função do governo é pensar numa maneira de tornar a empresa grande e forte independentemente de ser pública ou privada, a melhor solução é que a custe menos aos contribuintes e torna a TAP economicamente viável, sem preconceitos ideológicos, apenas racionais.

Concluindo, a TAP é para “Vender, e só vender…”, mas isso não vai acontecer pois os portugueses por alguma razão, que vai muito além da minha compreensão, continuam a eleger os socialistas e dar força á esquerda. Mas a culpa também é da direita, que não consegue arranjar forma de ter um líder que a una e um líder sem populismos ou extremismos.

Entretanto, ganham os socialistas, entramos em crise, ganham os sociais democratas, melhoramos e mesmo á saída da crise, voltam a ganhar os socialistas, e o ciclo repete-se. Ou a direita liberal se torna mais forte e o PSD governo, ou então vamos continuar a ficar para trás.

 

Autor: Adérito José Rafael

2 comentários:

  1. Parece-me um caso claro de ideologia acima dos interesses dos contribuintes.
    Parabéns pelo artigo, um exemplo de reflexão e participação cívica.

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  2. Tu és um crânio. Parabéns pelos artigos.

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