Artigo de opinião-- Vender, só vender… -- Adérito Rafael
A polémica da TAP já não é novidade. A TAP tem vindo a apresentar
prejuízos atrás de prejuízos. Nacionaliza-se, privatiza-se volta a nacionalizar-se
e só se vê a conta a pagar.
Se o objetivo do governo é manter a TAP com prejuízos e
falta de competitividade e uma maneira de desperdiçar impostos, então sim,
muitos parabéns estão a conseguir. O Estado não necessita de controlar uma
empresa de aviação, existem diversas outras empresas na mesma área de operação.
Mas, se o argumento é o serviço publico, a existência de
rotas não viáveis, mas necessárias, não significa que a empresa que a faz tenha
de ser maioritariamente pública. Para estas rotas específicas, o Estado pode contratualizar
a respetiva realização, sem que haja prejuízos para o Estado. O papel do Estado
não é ser o dono ou o gestor de empresas, o mercado trata disso. O papel do Estado
é supervisionar e excecionalmente intervir para corrigir externalidades
negativas.
Os impostos arrecadados devem ser canalizados para onde
fazem mais falta, para as escolas, para a recuperação e melhoria das
infraestruturas, para o pagamento de melhores salários, para a saúde, para a
recuperação e melhoria das infraestruturas, para melhores condições de trabalho
para médicos e enfermeiros, para o ambiente, com a instalação de painéis
solares em edifícios públicos, mais espaços verdes, para apoios ao investimento
entre muitas outras prioridades.
Poderia continuar a salientar melhores escolhas para o Estado
investir o dinheiro público do que investir na TAP. É claro que não é a TAP que
impede Portugal de ter tudo o acima mencionado, é sim todo o conjunto de
medidas socialistas que estimulam este estado de dependência dos cidadãos do
Estado.
A TAP precisa de uma visão diferente, de uma visão que a
leve aos céus, que aumente a sua competitividade e que a torne o mais viável
possível e para que isso aconteça o caminho é a privatização de grande parte da
participação do Estado, seja para a Lufthansa, ou para outros interessados. Se
o objetivo de ter a TAP serve apenas o simbolismo de manter uma empresa de bandeira
portuguesa, é uma visão curta para o país e é só adiar o fim da companhia. A
função do governo é pensar numa maneira de tornar a empresa grande e forte independentemente
de ser pública ou privada, a melhor solução é que a custe menos aos
contribuintes e torna a TAP economicamente viável, sem preconceitos
ideológicos, apenas racionais.
Concluindo, a TAP é para “Vender, e só vender…”, mas isso
não vai acontecer pois os portugueses por alguma razão, que vai muito além da
minha compreensão, continuam a eleger os socialistas e dar força á esquerda. Mas
a culpa também é da direita, que não consegue arranjar forma de ter um líder
que a una e um líder sem populismos ou extremismos.
Entretanto, ganham os socialistas, entramos em crise, ganham
os sociais democratas, melhoramos e mesmo á saída da crise, voltam a ganhar os
socialistas, e o ciclo repete-se. Ou a direita liberal se torna mais forte e o
PSD governo, ou então vamos continuar a ficar para trás.
Autor: Adérito José Rafael
Parece-me um caso claro de ideologia acima dos interesses dos contribuintes.
ResponderEliminarParabéns pelo artigo, um exemplo de reflexão e participação cívica.
Tu és um crânio. Parabéns pelos artigos.
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