quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Bom senso na escola, precisa-se: Proibição... a nova estratégia para combater os maus hábitos de alimentação.

Bom senso na escola, precisa-se: Proibição... a nova estratégia para combater os maus hábitos de alimentação.


Sou professor numa escola pública e vejo agora o meu trabalho prejudicado e dificultado com esta medida fundamentalista e de efeitos perversos.

Como posso colaborar na educação dos alunos quanto a refletirem e a tomarem boas opções relativas a hábitos alimentares saudáveis na escola e fora dela, se a medida de intervenção é proibir, interditar, vedar certo tipo de alimentos?

Como posso explicar que o mais importante não é proibir nem enveredar-se por dietas alimentares extremistas e desequilibradas, mas antes aprender, conhecer os alimentos e informar-se do que deve ser associado a um consumo moderado e com especial atenção? Para que esta aprendizagem possa ser significativa, os alunos têm de treinar e esse treino, na escola, realiza-se através das suas decisões e opções face aos desafios e situações-problema reais.

A Educação coabita com a Liberdade responsável e a Ordem dos Nutricionistas nos louvores que tece a este diploma legal, revela o perigo de técnicos se imiscuírem em territórios educativos e de com boas intenções, implementarem estratégias erradas.

A História revela incontáveis insucessos relacionados com proibições de cariz fundamentalista a que se sucederam radicalismos no sentido oposto ("é proibido proibir").

Se algo desta dimensão é proibido, o nosso papel enquanto educadores fica diminuído; qual o valor de uma escola que cada vez mais se afasta dos problemas reais que a vida em sociedade nos coloca?

Para aprendemos a resolver problemas temos de nos confrontar com esses mesmos problemas e a escola é um local privilegiado para essa vivência, reflexão e exercício de autonomia, de responsabilidade e de cidadania. Eliminar alguns desses problemas na escola, criando uma realidade artificial e incoerente (MacDonalds, pastelarias, supermercados perto da escola com toda uma oferta diversificada e acessível; influência/pressão nociva da comunicação social), não é boa política.

Isto aplica-se ao extremismo de tudo se permitir na escola (a oferta nutricional é claramente antissaudável) ou simplesmente, de se proibir tudo o que pode ser antissaudável quando associado a um consumo sem moderação.

O equilíbrio e um bom acompanhamento por profissionais de educação (estes bem esclarecidos por nutricionistas/técnicos que não são educadores) poderá fazer a diferença na alteração desejável dos comportamentos alimentares.

Em conclusão: na escola, em particular, à solução simples de se proibir, sobrepõe-se o valor de se investir em educar.


sábado, 14 de agosto de 2021

Liberdade - Antologia da Poesia Livre - Vol. II - Edição Portuguesa - Livro do mês

 

Livro do mês :

Liberdade - Antologia da Poesia Livre - Vol. II - Edição Portuguesa

 

Esta é a segunda edição desta antologia, sendo que a primeira foi publicada em 2019 e contou com cerca de 500 autores.

Nesta segunda edição a Chiado conseguiu bater o recorde de participações. Esta segunda edição da obra está organizada em dois tomos. Os textos dos diversos autores estão organizados por ordem alfabética do nome do autor.

Temos no primeiro tomo os autores com as iniciais de A a J e no segundo de J a Z.

 

Neste livro podemos encontrar diversas reflexões dos mais variados autores. Reflexões essas, em forma de poema ou prosa.

 

Esta coletânea de texto reflete as opiniões das centenas de autores que o compõem. Além do tema do livro ser extremamente interessante e atemporal. A liberdade. A liberdade é sempre será palco para debate e acima de tudo, será sempre algo que nós vamos defender.

 

A liberdade é o nosso bem mais valioso. Ter liberdade para escolher o que queremos, para levarmos a vida que queremos é algo imprescindível.

 

Vou confessar que não li todos os textos destes livros. Porque efetivamente a Antologia é enorme. Mas pelo que já li, posso vos dizer que estou a achar bastante interessante. Mas um livro como este não é um livro para se ler de uma vez, também são quase 1500 páginas nos dois tomos.

 

Este livro conta também com um texto meu. Por isso se ficaram com curiosidade e gostavam de ler, seja o meu sejam os outros textos podem adquirir este livro,  Antologia da Poesia Livre - Vol. II - Edição Portuguesa.

 

Este tema, a liberdade é um tema que gosto bastante, inclusive já trouxe aqui uma live, sobre a liberdade de expressão, fica o link no fim da publicação. Além de um artigo de opinião, fica também o link aqui!

 

Muito obrigado, espero que tenham gostado!

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Artigo de opinião-- Obrigar ou premiar? - Adérito Rafael

 Artigo de opinião-- Obrigar ou premiar? - Adérito Rafael

Obrigar ou premiar?

Como chegar aos resultados que pretendemos? Será que para que existam reais mudanças precisamos de obrigar as pessoas? Ou podemos simplesmente criar um ambiente em que elas se sintam estimuladas a mudar.

Muitos debates foram feitos e muita tinta já foi gasta. Um lado acha que se deve obrigar, o outro, estimular. Quando queremos uma mudança, ou chegar a algum resultado como nação, muitas das vezes, surge a questão se devemos obrigar a que certas medidas sejam tomadas ou se devemos incentivar as pessoas a tomá-las.

Esta é uma questão crucial em diversas ocasiões, se por um lado, podemos chegar muito mais rápido aos resultados pretendidos, fazemo-lo á custa da restrição da liberdade. Por outro podemos demorar mais um pouco, mas mantemos o poder de escolha das pessoas.

Um bom exemplo será o ambiente. Seria prudente obrigar todas as fábricas a utilizarem filtros nas chaminés? Obviamente o resultado de algo assim irá contribuir contra as alterações climáticas. Mas talvez devido á obrigatoriedade, os custos extra desta medida poderiam ser impossíveis de suportar por alguns. Mas não existe uma melhor maneira de resolver esta situação?

Penso que sim. Podemos, ao invés de obrigar as empresas a tomar essa medida, incentivá-las a fazerem-no. Por exemplo, as empresas que instalaram esses filtros terem alguma dedução extra.

Ou seja, para mim, será, de uma maneira geral, preferível criar incentivos ou tornar uma opção mais apetecível, do que simplesmente obrigar as pessoas a terem de tomar aquela opção.

Pois ao obrigarmos alguém a fazer algo, a pessoa mesmo que concorde com a medida pode sentir o seu poder de escolha desvalorizado. Esta restrição da liberdade vai causar um sentimento de revolta. Portanto, será uma questão de tempo até a medida perder a obrigatoriedade ou algo mais radical acontecer.

Outro exemplo. É preciso estimular as pessoas a criarem mais riqueza e melhores resultados. A existência de política de bónus é uma excelente adição para chegar a esses resultados. A empresa marca os resultados pretendidos, mas para que os funcionários estejam estimulados a conseguir ou superar esses resultados, a empresa dá bónus a quem o conseguir fazer.

Existem diversas empresas que conseguem atingir resultados muito bons devido a este tipo de iniciativas, pois as pessoas sentem-se valorizadas, sentem-se bem e ao sentirem-se bem vão ter uma maior produtividade.

Como disse, na maioria dos casos é preferível estimular e premiar, mas existem, sim situações em que é necessária a obrigatoriedade. O melhor exemplo é a lei. Tem de existir um código geral que limite os comportamentos. As regras são necessárias para o bom funcionamento da sociedade. Mas isso não significa que devamos viver uma sociedade extremamente rígida e sem liberdade.

Pois, o futuro, é Liberal, em todos os sentidos, economicamente e socialmente!

De uma maneira geral medidas autoritárias não tendem a ter grande sucesso. Temos de presar a liberdade de ser, de escolha…desde que isso não tenha qualquer implicação destrutiva na vida de outros.

 

 

 Autor: Adérito José Rafael