sábado, 19 de junho de 2021

Memoria e os seus subsistemas


 


ÍNDICE


INTRODUÇÃO............................................................................................................. 2


1. Memória em geral...................................................................................................... 3

1.1 Codificação.............................................................................................................. 3

1.2 Armazenamento....................................................................................................... 3

1.3 Recuperação ou reutilização.................................................................................... 3

2. Sistemas de memoria................................................................................................. 4

2.1 Memória sensorial.................................................................................................... 4

2.2 Memória de curto prazo........................................................................................... 4

2.2.1 Memória imediata................................................................................................. 4

2.2.2 Memória de trabalho............................................................................................. 5

2.3 Memória a longo prazo............................................................................................ 5

2.3.1 Memória declarativa............................................................................................. 6

2.3.1.1 Memória episódica............................................................................................. 6

2.3.1.2 Memória semântica............................................................................................ 7

2.3.2 Memória não declarativa ou procedimental.......................................................... 7

CONCLUSÃO............................................................................................................... 8

BIBLIOGRAFIA E WEB GRAFIA............................................................................ 10

 

 


 

INTRODUÇÃO

 

Pretende-se com este trabalho realizar uma breve abordagem ao conceito de memória e sistemas de memória.

A memória humana acontece em várias partes do cérebro ao mesmo tempo, alguns tipos de memórias perduram mais do que outras. Desde o momento em que nascemos, o nosso cérebro recebe quantidades enormes de informação. Como é que guardamos tudo o que vivemos e aprendemos? Memórias!

Desde a década de 1940, os cientistas supõem que as memórias são mantidas dentro de grupos de neurónios, ou células nervosas, chamadas conjuntos de células.

Quando nos lembrarmos de uma memória, várias partes do cérebro comunicam rapidamente entre si, incluindo regiões do córtex cerebral que processam informações de alto nível, regiões que lidam com os nossos sentidos a cru, e uma região chamada lobo temporal que parece ajudar a coordenar o processo. Um estudo recente descobriu que, quando os pacientes se recordavam de memórias recém-formadas, ondas de atividade nervosa no lobo temporal sincronizavam-se com ondulações no córtex cerebral.

Ainda permanecem muitos mistérios sobre a memória. Com que precisão são as memórias codificadas dentro dos grupos de neurónios? Quão amplamente distribuídas no cérebro estão as células que codificam determinada memória? Como é que a nossa atividade cerebral corresponde à forma como vivemos as nossas recordações? Essas áreas ativas de pesquisa podem, um dia, fornecer novas luzes sobre a função cerebral e sobre como tratar problemas relacionados com a memória.

Nas próximas páginas vamos apresentar uma revisão da literatura, dividida em duas partes, primeiro abordaremos a “Memória em geral” e num segundo capítulo os “Sistemas de memória”.

 


 

1. Memória em geral

A memória é um processo dinâmico onde ocorre a codificação, o armazenamento e a recuperação ou reutilização da informação recebida.

Adquirimos e armazenamos informação para a utilizarmos nas mais diversas situações da vida.

 

1.1 Codificação

A codificação é um processo onde a aquisição de informação implica a codificação dos dados informativos, de modo a que possam ser armazenados. A nova informação pode ainda ser introduzida, umas vezes de maneira autónoma e outras consoante a repetição ou elaboração da memória.

 

1.2 Armazenamento

O armazenamento é o processo consoante o qual mantemos na memória a informação que foi adquirida. A forma mais eficaz na retenção da informação resume-se na análise do significado da nova informação, relacionando-a com a informação pré-existente na memória (repetição elaborada). Meramente a informação registada de forma elaborada é transferida para os armazéns de memória.

 

1.3 Recuperação ou reutilização

A recuperação ou reutilização trata da retoma de conteúdos mnésicos de acordo com o modo como foram adquiridos e armazenados. Ao reutilizar, reconstruimos os dados mnésicos. Recuperar informação depende do modo como está organizada na memória e do recurso de “pistas” que nos conduzem às memórias que desejamos recuperar.  

Em 1971 Atkinson e Shiffrin, psicólogos, propuseram que a memória pode ser dividida em três sistemas, em relação ao tempo. A memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo.  

 

2. Sistemas de memória

 

2.1 Memória sensorial

Na memória sensorial:

São utilizados todos os órgãos sensoriais (visão, audição, olfato, paladar e tato) para registar informação;

Por norma, o armazenamento da informação demora cerca de 0,5 segundos a ser efetuado;

Se a informação não for processada, perde-se, mas se for processada, é passada para a memória a curto prazo.

 

2.2 Memória de curto prazo

A memória a curto prazo é um sistema temporário de armazenamento que retém a informação durante a sua utilização. A informação selecionada para determinados efeitos pela memória a curto prazo (memória de trabalho) encontra-se na memória a longo prazo. Compete a esta memória selecionar e enviar os conteúdos significativos para a memória a longo prazo.

A memória a curto prazo é composta por duas grandes componentes:

A memória imediata e

A memória de trabalho.

 

2.2.1 Memória imediata 

“A memória imediata é um «armazém» de capacidade muito limitada.” Rodrigue L. & Rua F. (2020)

A memória imediata é um tipo de memória com fraca capacidade de armazenamento e de pouca duração, onde numa situação onde não conseguimos registar a informação recebida, apenas conseguimos captar/fixar sete itens ou peças informativas (dígitos, letras ou palavras) e, apenas mantemos a informação captada num espaço de tempo de aproximadamente 20 a 30 segundos.

Existe uma maneira de ultrapassar essa “limitação” recorrendo a um estratagema conhecido como “condensação” que consiste em fragmentar uma grande sequencia de itens (dígitos, letras ou palavras) em pequenas frações tornando assim a tarefa da memória imediata.

 

2.2.2 Memória de trabalho

A memória de trabalho é a área onde se atualizam e utilizam os conteúdos mnésicos necessários em dados momentos. Esta é a forma de memória caraterizada por ser um espaço ativo de trabalho onde a informação está acessível para uso temporário.

 

2.3 Memória a longo prazo; 

A memória a longo prazo, tem uma enorme capacidade de armazenamento. Uma vez aprendidas e armazenadas, na memória a longo prazo, essa informação pode mesmo nunca ser esquecida definitivamente. Esta é, normalmente, a memória a que as pessoas se referem quando falam em Memória.

Na memória a longo prazo, a informação é codificada em um código semântico ou visual. A informação é associada a contextos e significados já estabelecidos.  Sendo a codificação semântica a codificação mais eficaz. William Bousfield, em 1935, demonstrou o processo de codificação semântica. Esta experiência, de Bousfield, consistiu em pedir aos participantes que memorizassem quinze nomes, quinze animais e quinze vegetais. Estas sessenta palavras foram espalhadas de forma arbitraria, no entanto, as quatro categorias de objetos não estavam explicitas.  

O resultado desta experiência foi que os participantes memorizaram as palavras repetindo-as e relembrando-as como elementos de um conjunto específico. Assim sendo, os objetos, por eles memorizados, foram organizados tendo em conta o seu significado e integrados na categoria que representavam. Ou seja, o processo de memorização consistiu no significado das palavras a serem memorizadas. Por isto é que a codificação semântica é considerada a mais eficaz e a que apresenta melhores resultados na reatualização das informações.

Após a codificação, a informação é armazenada. O armazenamento da informação é feito de forma organizada, de modo a facilitar a sua recordação. A memória de longo prazo é um sistema de redes de associação entre conceitos, em redes semânticas. Como por exemplo, o mar está ligado á cor azul, pois é a sua cor e a praia pois o mar e a praia encontram-se.

Depois de codificada e armazenada a memória, eventualmente, será recordada. Este é o processo de reatualizar as memórias. Pode, ou não, ser uma tarefa fácil. Mas devido á maneira como foi codificada e armazenada a memória, relembramo-nos de algo torna-se mais fácil com pistas. Como por exemplo dizer mar para relembrar a cor azul.

Embora a memória de longo prazo tenha uma capacidade de armazenamento elevada, as memórias podem, no entanto, perder-se por esquecimento.

Em 1986, o professor de psiquiatria, Larry Ryan Squire, subdividiu a memória de longo prazo em dois subsistemas, a memória declarativa e a memória não declarativa.

 

2.3.1 Memória declarativa

A memória declarativa é constituída por factos, conhecimentos gerais, acontecimentos pessoais. Esta permite-nos recordar acontecimentos e factos de forma consciente, assim podemos compará-las com informações já existentes ou com novas. Ajudando assim o processo de codificação. A memória declarativa é ainda caraterizada pela flexibilidade das suas memórias armazenadas, possibilitando assim que nós possamos ter uma maneira de entender o mundo.

Endel Tulving, psicólogo Russo, propôs pela primeira vez, em 1972, uma subdivisão da memória declarativa em duas memórias, a memória episódica e a memória semântica.

 

2.3.1.1 Memória episódica

Com a memória episódica, relembramos de acontecimentos específicos, de umas férias ou de um dia em específico. Ou seja, é uma memória “autobiográfica”, que grava o nosso dia a dia e as nossas experiências. Mas a memória episódica, não é de forma alguma passageira ou temporária, é sim a maneira que nós temos para poder relatar uma vivência, viagem ou algo marcante, a alguém sobre algo que no passado que nos aconteceu.  

Segundo Endel Tulving, a memória episódica está mais sujeita a disfunções neurológicas do que as outras memórias. Além de que indivíduos com desvios do normal funcionamento desta memória, tendem a ter graves prejuízos no seu dia a dia.

 

2.3.1.2 Memória semântica

A memória semântica é especializada no armazenamento de conhecimentos concretos e abstratos. Esta memória guarda, nomes, definições factos e conceitos. A memória semântica, é constituída pelos nossos conhecimentos, abstraindo-se assim do contexto onde aprendemos ou adquirimos a informação. Assim sendo a memória semântica permite-nos dizer que, por exemplo, uma arvore ao sol, está a realizar a fotossíntese. Ao contrário da memória episódica, a memória semântica, contém informações sem significado pessoal.

 

2.3.2 Memória não declarativa ou procedimental

A memória não declarativa é constituída pelas capacidades motoras, hábitos simples e respostas simples. Normalmente, adquirido de forma lenta, mas cujos comportamentos, após serem adquiridos, tendem a tornar-se, quase inatos ao individuo. A memória não declarativa, da mesma forma como a declarativa, também recorda as memórias, mas de uma maneira diferente, usando um sistema que passa pelo nosso inconsciente, segundo Taussik & Wagner.


 

CONCLUSÃO 

 

Como funciona o cérebro e a memória humana? Que processos estão envolvidos?

Procuramos nas páginas anteriores apresentar uma breve abordagem a esta temática que continua com muitas perguntas sem resposta.

A memória é um processo dinâmico onde ocorre a codificação, o armazenamento e a recuperação ou reutilização da informação recebida pelo cérebro.

Em 1971 Atkinson e Shiffrin, propuseram que a memória pode ser dividida em três sistemas, em relação ao tempo. A memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. 

Na memória sensorial são utilizados todos os órgãos sensoriais para registar informação, o armazenamento da informação demora cerca de 0,5 segundos a ser efetuado. Se a informação não for processada, perde-se, mas se for processada, é passada para a memória a curto prazo.

A memória a curto prazo é um sistema temporário de armazenamento que retém a informação durante a sua utilização. A memória a curto prazo é composta por duas componentes, a memória imediata é um tipo de memória com fraca capacidade de armazenamento e de pouca duração, apenas mantemos a informação captada num espaço de tempo de aproximadamente 20 a 30 segundos e a memória de trabalho é a área onde se atualizam e utilizam os conteúdos mnésicos necessários em dados momentos.

A memória a longo prazo, tem uma enorme capacidade de armazenamento, essa informação pode mesmo nunca ser esquecida definitivamente é, normalmente, a esta memória a que as pessoas se referem quando falam em “Memória”. Na memória a longo prazo, a informação é codificada em um código semântico ou visual. Após a codificação, a informação é armazenada. O armazenamento da informação é feito de forma organizada, de modo a facilitar a sua recordação. Depois de codificada e armazenada a memória, eventualmente, será recordada. Larry Ryan Squire, subdividiu a memória de longo prazo em dois subsistemas, a memória declarativa e a memória não declarativa. A memória declarativa é constituída por factos, conhecimentos gerais, acontecimentos pessoais, permite-nos recordar acontecimentos e factos de forma consciente, assim podemos compará-las com informações já existentes ou com novas, possibilita que nós possamos ter uma maneira de entender o mundo. Endel Tulving, psicólogo Russo, propôs pela primeira vez, em 1972, uma subdivisão da memória declarativa em duas memórias, a memória episódica e a memória semântica. Na memória episódica, relembramos de acontecimentos específicos, de umas férias ou de um dia em específico, é a maneira que nós temos para poder relatar uma vivência, viagem ou algo marcante, a alguém sobre algo que no passado que nos aconteceu, para Tulving, a memória episódica está mais sujeita a disfunções neurológicas do que as outras memórias. A memória semântica é especializada no armazenamento de conhecimentos concretos e abstratos. Esta memória guarda, nomes, definições factos e conceitos. A memória não declarativa é constituída pelas capacidades motoras, hábitos simples e respostas simples, é adquirida de forma lenta após serem adquiridos, tendem a tornar-se, quase inatos ao individuo. Segundo Taussik & Wagner a memória não declarativa também recorda as memórias, usando um sistema que passa pelo nosso inconsciente.

Esquematicamente podemos apresentar os sistemas de memória:

 

 

 


 

BIBLIOGRAFIA E WEB GRAFIA

 

https://aprimoresuamente.com/memória-declarativa-exemplos/

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnl/v3n3/v3n3a05.pdf

https://pt.slideshare.net/olenakolodiy3/psicologia-a-memria

https://pt.slideshare.net/aritovi/memória-341357

https://psicologia-b-12-ano.webnode.pt/conceitos2/a-memória/

https://www.natgeo.pt/ciencia/2019/03/ Memória Humana: Como Criamos, Lembramos e Esquecemos Memórias | National Geographic (natgeo.pt)

 

 Trabalho de: Adérito Rafael e Samuel Paulino