Obrigar ou premiar?
Como chegar aos resultados que pretendemos? Será que
para que existam reais mudanças precisamos de obrigar as pessoas? Ou podemos
simplesmente criar um ambiente em que elas se sintam estimuladas a mudar.
Muitos debates foram feitos e muita tinta já foi
gasta. Um lado acha que se deve obrigar, o outro, estimular. Quando queremos
uma mudança, ou chegar a algum resultado como nação, muitas das vezes, surge a
questão se devemos obrigar a que certas medidas sejam tomadas ou se devemos
incentivar as pessoas a tomá-las.
Esta é uma questão crucial em diversas ocasiões, se
por um lado, podemos chegar muito mais rápido aos resultados pretendidos,
fazemo-lo á custa da restrição da liberdade. Por outro podemos demorar mais um
pouco, mas mantemos o poder de escolha das pessoas.
Um bom exemplo será o ambiente. Seria prudente obrigar
todas as fábricas a utilizarem filtros nas chaminés? Obviamente o resultado de
algo assim irá contribuir contra as alterações climáticas. Mas talvez devido á
obrigatoriedade, os custos extra desta medida poderiam ser impossíveis de
suportar por alguns. Mas não existe uma melhor maneira de resolver esta
situação?
Penso que sim. Podemos, ao invés de obrigar as
empresas a tomar essa medida, incentivá-las a fazerem-no. Por exemplo, as
empresas que instalaram esses filtros terem alguma dedução extra.
Ou seja, para mim, será, de uma maneira geral, preferível
criar incentivos ou tornar uma opção mais apetecível, do que simplesmente
obrigar as pessoas a terem de tomar aquela opção.
Pois ao obrigarmos alguém a fazer algo, a pessoa mesmo
que concorde com a medida pode sentir o seu poder de escolha desvalorizado.
Esta restrição da liberdade vai causar um sentimento de revolta. Portanto, será
uma questão de tempo até a medida perder a obrigatoriedade ou algo mais radical
acontecer.
Outro exemplo. É preciso estimular as pessoas a
criarem mais riqueza e melhores resultados. A existência de política de bónus é
uma excelente adição para chegar a esses resultados. A empresa marca os
resultados pretendidos, mas para que os funcionários estejam estimulados a
conseguir ou superar esses resultados, a empresa dá bónus a quem o conseguir
fazer.
Existem diversas empresas que conseguem atingir
resultados muito bons devido a este tipo de iniciativas, pois as pessoas
sentem-se valorizadas, sentem-se bem e ao sentirem-se bem vão ter uma maior
produtividade.
Como disse, na maioria dos casos é preferível
estimular e premiar, mas existem, sim situações em que é necessária a obrigatoriedade.
O melhor exemplo é a lei. Tem de existir um código geral que limite os
comportamentos. As regras são necessárias para o bom funcionamento da sociedade.
Mas isso não significa que devamos viver uma sociedade extremamente rígida e
sem liberdade.
Pois, o futuro, é Liberal, em todos os sentidos, economicamente e socialmente!
De uma maneira geral medidas autoritárias não tendem a
ter grande sucesso. Temos de presar a liberdade de ser, de escolha…desde que
isso não tenha qualquer implicação destrutiva na vida de outros.
Autor: Adérito
José Rafael
Tema muito interessante. Existem Valores essenciais, Direitos fundamentais inerentes à vida em sociedade cuja implementação e garantia implica o recurso a normas legislativas proibitivas, impositivas, delimitadoras de comportamentos e com consequências associadas às infrações. A questão é o critério, a adequação e a proporcionalidade da regulamentação. Se existirem outras alternativas que suscitem esses mesmos comportamentos e que incrementem o envolvimento e a adesão das pessoas, essas estratégias deverão ser prioritárias em relação ao simples ato de se impor, obrigar e castigar. Acresce que há assuntos cuja caraterização ética, cultural e valoração é duvidosa, díspar, não consensual (divide a sociedade) e nestas áreas, a regulamentação pode não resolver problemas nem alterar mentalidades, mas antes fortalecer oposições e prejudicar a paz social. Parabéns, Adérito, por estimulares a reflexão sobre este tema.
ResponderEliminarObrigado pelo teu vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=gVPVbVz2GdQ
Acredito que definitivamente o caso preferível seria estimular e premiar.
ResponderEliminarMas em correlação com o ambiente e industrias não sei se será um exemplo sólido porque poderíamos muito facilmente estarmos numa situação de chantagem.
Com isto quero dizer com quantas deduções podemos abdicar para ter um futuro sustentável, e se estas industrias simplesmente nos deixarem de fornecer só porque não abdicamos de certas deduções.
Para alem disso sendo um assunto global podem se simplesmente mover para outras regiões menos desenvolvidas.
E acho que numa situação como esta seja um pouco mais delicado do que premiar ou obrigar (quase entre a espada e a parede).
De resto concordo com a noção de premiar em vez obrigar tirando em certas situações mais especificas.